terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sentir... porque Ele sentiu.

Remar contra a maré já é difícil. Mas a sensação de morrer na praia é simplesmente devastadora.

Por que Deus permite que nós experimentemos os extremos das emoções?
Parece muito fácil só observar, como num filme, personagens vivendo...
Do desespero agonizante – que chega a tirar a capacidade de raciocínio – ao êxtase da alegria, que não dá vontade sequer de dormir...

Fácil pra quem já sabe o final de tudo.
Fácil pra quem hoje apenas observa, PORQUE UM DIA JÁ VIVEU ISSO TUDO.

O que será que o ser humano aprende em meio a essa oscilação?

DO MEU AUTOR FAVORITO: MAX LUCADO...

"Cada página dos evangelhos nos leva de volta a este princípio crucial: Deus sabe o que você está sentindo. Do funeral à fábrica, à frustração de uma agenda exigente. Jesus entende. Quando você diz a Deus que chegou no seu limite, ele sabe o que quer dizer. Quando balança a cabeça diante de prazos impossíveis, ele balança também. Quando seus planos são interrompidos por pessoas que têm outros planos, ele sente a mesma coisa. Ele esta lá e sabe como você se sente.



Antes de resumir nossa história desse dia estressante na vida de Jesus, deixe-me levar você para um outro dia, ainda mais recente.


Dia 15 de fevereiro de 1921, em Nova York, numa sala de cirurgia do Hospital Kane Summit, um médico estava executando uma apendicectomia.


Muitas vezes, os eventos que levam a uma cirurgia são rotineiros; o paciente reclama de dores abdominais agudas, o diagnóstico mostra claramente uma inflamação no apêndice. O médico Evan O'Neill Kane estava liderando essa cirurgia. Em sua distinta carreira médica de 37 anos, já tinha realizado quase 4 mil apendicectomias; por conseguinte, essa cirurgia seria mais uma rotineira, exceto por dois motivos.



A primeira novidade dessa operação? O uso de anestesia local na cirurgia principal. O doutor Kane era um combatente dos riscos da anestesia geral. Ele argumentava que uma aplicação local era mais segura. Muitos dos seus colegas concordavam com ele, a princípio, mas para concordarem na prática, teriam de ver a teoria sendo aplicada.


Dr. Kane estava a procura de um voluntário, um paciente que queria se submeter a uma cirurgia sob os efeitos de anestesia local. Não foi fácil encontrar um voluntário; muitas pessoas tremiam só de pensar que estariam conscientes durante a cirurgia. Outras tinham medo de que o efeito da anestesia terminasse logo.


Finalmente, apesar de tudo, Dr. Kane encontrou um candidato. Na terça-feira de manhã, 15 de fevereiro, a histórica operação aconteceu.



O paciente fora preparado e já colocado na sala de operações. Uma anestesia local fora aplicada. Do mesmo modo como já tinha feito milhares de vezes, Dr. Kane cortou os tecidos superficiais e localizou o apêndice, habilidosamente removeu o apêndice e concluiu a cirurgia. Durante o procedimento, o paciente reclamou apenas de desconfortos mínimos.


O voluntário foi levado para o pós-operatório e colocado sob cuidado hospitalar. Ele se recuperou rapidamente e foi dispensado dois dias depois.


Dr. Kane provou sua teoria. Graças à disposição de um voluntário corajoso, Kane demonstrou que a anestesia local era uma alternativa viável e até preferível.



No entanto, eu disse que havia dois fatos que diferenciaram essa cirurgia. Disse que a primeira foi o uso da anestesia local. A segunda foi o paciente: o candidato corajoso para a cirurgia do Dr. Kane foi o próprio Dr. Kane.


Para provar que estava certo, Dr. Kane operou a si mesmo!


Sábia decisão. O médico se tornou o paciente de modo a convencer outros pacientes a acreditarem no médico.


Compartilhei essa história com vários profissionais da saúde. Cada um me deu uma resposta: sobrancelhas altas, sorrisos suspeitos e palavras duvidosas: "Não dá para acreditar!"


Talvez não dê mesmo. Mas a história do médico que se tornou seu próprio paciente é poucas vezes comparada com a história do Deus que se tornou humano. Mas Jesus assim o fez para que acreditássemos que o Médico dos médicos sabe dos nossos sofrimentos; ele voluntariamente se tornou um de nós. Ele se colocou em nosso lugar e sofreu nossas dores e medos.


Rejeição? Ele a sentiu. Tentação? Também sabe do que se trata. Solidão? Ele também a experimentou. Morte? Provou dela.


E pressão? Poderia escrever um livro de sucesso sobre o assunto.


Por que fez isso? Por uma única razão: para que quando você sofresse, fosse até ele, seu pai e seu médico, e ele o curasse."

Será que observar, pra Ele, é fácil?
Ainda não sou mãe, mas hoje, exatamente hoje, ouvi meu pai me dizer: "filha, estou triste não pelo que aconteceu, mas você estar triste me deixa triste."

Nós NUNCA vamos entender o propósito da dor.
Nunca vamos entender (com essa mente) o que Deus sente nos vendo passar por tantas coisas que NÓS reputamos INJUSTAS.

Mas algo é inegável: viver e sentir tudo isso... NOS LEVA A ELE.
E isso é tudo que Ele quer que entendamos agora.

("Um dia na vida de Jesus" , cap. 2 - de Max Lucado)

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