segunda-feira, 5 de julho de 2010

PONTO ZERO...

A Música é dinâmica.
Dinâmica, por sua vez, nem sempre significa rapidez ou aceleração, mas alteração no último estado de andamento.
MÚSICA... é a arte de combinar os sons.
Arte esta que, por ter a essência do Criador, é complexa e encantadora.
Uma singular canção pode nos surpreender com a diversidade de ritmos, pausas, dinâmicas.. crescentes e ralentandos.
Ralentar... é retardar o compasso, torná-lo mais lento.

Isso é MÚSICA.
Isso é VIDA.

Na vida temos a mesma diversidade de ritmos, pausas, altos e baixos...
compassos que, após serem acelerados, sofrem ralentandos.
O ralentar de um compasso, geralmente, indica uma ênfase em um novo momento.
Um novo momento em que a música quer provocar novas emoções, sensações, sentimentos e REAÇÕES.

Quando a música da vida muda o compasso, acelera e se torna intensa, a nossa tendência é pensar que tudo vai mudar radicalmente pra nunca mais ser do mesmo jeito.
É o pensamento "agora vai!"
E várias coisas, de fato, mudam.

Mas se o que muda não é o núcleo, a essência, o caráter...
As mudanças não resistem por muito tempo. O andamento fica desconfortável.
E logo, logo... vem mais um ralentando.
Porque se torna necessário um RECOMEÇO.

Muitas vezes a canção não se completa se não volta à introdução.
Aos primeiros acordes, a primeira linha melódica...
O que vai ditar a marca da música, a lembrança que ficará em quem ouve a canção da nossa vida.

Quando o ritmo ao nosso redor fala mais alto que a melodia original...
Deus retarda o compasso da vida, mais uma vez.
Porque um novo momento, uma nova estação, uma fase de expressão de maturidade exige um... RECOMEÇO.
Recomeçar... é simplesmente começar de novo.
Recomeçar a fase da vida.
Voltar à introdução para executar a música novamente.
Executar novamente porque, talvez, algo não tenha sido executado como deveria.
Ou, ainda, porque novos acordes, novas notas precisem aparecer e fazer A diferença.

Nem sempre voltar ao ponto zero significa retroceder.
Recomeçar pode ser a continuação da obra-prima que está sendo executada.
Voltar à introdução traz a possibilidade de aperfeiçoar o que já foi feito.
Fazer melhor.
Fazer novamente, mas, agora com fidelidade à partitura.
Fidelidade à essência.
Essência que reflete o caráter do AUTOR da música da vida.

O Autor da música da minha vida viu ser necessário que eu volte à introdução.
Então, vamos lá.
O "simples" fato de reconhecer isso me trouxe à tona notas que realmente não foram executadas com a excelência devida.

Talvez, a influência de músicas de outras vidas à minha volta...
possa me ter feito perder muito da música original da MINHA vida.
Notas fundamentais descritas na partitura não foram vistas porque meus olhos...
por terem tanto pra onde (ou quem) olhar, não ficaram fixos no que, de fato, reflete o Autor da canção particular da MINHA vida.

Notas como...
Simplicidade, em tom maior...
Ansiedade e expectativa em pessoas, em pausa...
AMOR incondicional, modulando e aumentando o tom...
PAIXÃO verdadeira, como base.

E já que voltamos à introdução...
Vamos, então, com olhos apenas na partitura com 66 compassos...
Os ouvidos apenas sensíveis para o que a essência - mansa e suave - do Autor tem a dizer DENTRO de mim...
E a voz... executando somente o que Ele escreveu, e como Ele escreveu.

Concentração.
Fidelidade na execução.
Do começo. Tudo de novo.
Da capo.